Muito interessante o texto que recebi da Maria Augusta Orofino sobre INOVAÇÃO. Compartilho:
Existem muitos mitos acerca da formação de equipes de alta performance visando a inovação nas empresas. Existem mitos sobre a própria inovação. Tive a oportunidade de conhecer Mauricio Manhães quando fizemos juntos o mestrado de Gestão do Conhecimento em Florianópolis. Mauricio seguiu no doutorado e vem realizando uma pesquisa sobre o preconceito na inovação. Um dos pontos que ele pesquisou diz respeito à formação de grupos inovadores de alta performance. Tivemos a oportunidade de aplicar esse instrumento de formação de grupos em workshops realizados recentemente no Brasil, junto a grandes empresas situadas em São Paulo e Brasilia. São alguns critérios que nos tiram do “achismo” e nos conduzem a resultados mais efetivos e factíveis de acontecer. A constituição desses grupos quebram alguns mitos que apresentamos a seguir:
- MITO 1: grupos inovadores são formados por pessoas criativas
Nada disso. Não basta juntar as pessoas mais criativas da empresa em um grupo. Isto pode ser a receita certa para o caos. Não para a inovação. Para criar um grupo com grande potencial inovador é necessário ter um conjunto diverso de perfis: dos mais "quadrados" aos mais "criativos." Na verdade, com uma leve tendência mais para os "quadrados." De fato, é necessário ter certo tipo de diversidade. Mas não a que você pensa.
- MITO 2: grupos inovadores são formados por alta diversidade
Não necessariamente. O que importa é que eles tenham diferentes modelos mentais (o nome técnico é motivação cognitiva). Não importa muito se o grupo é formado só por homens, só por mulheres, só por negros ou brancos. O que importa é que seus membros tenham modos diferentes de perceber o mundo. Se o grupo for formado por pessoas de diversas etnias, sexos e credos, mas todos possuírem a mesma formação acadêmica e forem oriundos de um mesmo tipo de universidade, a possibilidade de inovar se reduz drasticamente.
- MITO 3: grupos inovadores são ótimos ambientes para trabalhar
Muito pelo contrário. Grupos inovadores são extremamente estressantes. O clima está sempre a um passo da 3ª Guerra Mundial. As anedotas sobre como Steve Jobs gerenciava as equipes na Apple servem de exemplo de quão estressantes podem ser os ambientes de inovação. As mesmas pessoas que criam ideias apaixonantes, geralmente são apaixonadas por suas ideias. A mesma energia inovadora que gera produtos maravilhosos, cria embates titânicos entre os membros do grupo. Sem a adoção de condições para a redução de “preconceitos” e controle de conflitos, os grupos inovadores implodem antes de terminar o trabalho. Literalmente.
- MITO 4: grupos inovadores são difíceis de formar
Não. E existem as escolas de samba para provar que é possível e acessível às mais variadas organizações criarem grupos inovadores frente a condições adversas. De fato, existem diversos tipos de agremiações populares autocráticas que geram soluções inovadoras em diversos aspectos. Há muito tempo estão disponíveis processos simples e seguros para identificar o tipo de motivação cognitiva das pessoas. E pesquisas acadêmicas recentes identificaram a mistura ideal entre os diversos tipos de motivação cognitiva que geram grupos mais inovadores.
- MITO 5: grupos inovadores precisam de processos claros e pré-definidos
Não. Não mesmo. A mistura de diversos tipos de motivação cognitiva gera grupos autocráticos que, por si mesmos, decidem em cada caso se será melhor seguir ou quebrar regras. Por possuir diversos modelos mentais, a capacidade de percepção e decisão desses grupos é muito especial. É justamente esta capacidade de decisão que gera ideais inovadoras. Para esses grupos basta fornecer uma quantidade limitada de tempo e recursos. Eles saberão como produzir o melhor resultado possível, dada às restrições enfrentadas. Afinal, inovadores gostam de criar suas próprias regras e lógicas, não é?
Maria Augusta Orofino | Business Innovation
Agradecimentos: Agradeço a Mauricio Manhães ter disponibilizado este texto para divulgação em nosso blog. Texto este elaborado com o auxílio do Denis Russo Burgierman que apresenta alguns dos resultados da pesquisa de doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento que está sendo feita por Maurício Manhães na Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis – SC. Os experimentos da pesquisa foram realizados na Alemanha, Brasil, Equador, Índia, Itália e Polônia, com o envolvimento de cerca de 150 pessoas de diversas nacionalidades entre os meses de Maio de 2011 e Novembro de 2013. Perfil de Mauricio Manhães no LinkedIn.
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