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may

CLONAR O TEMPO


Por Adriane Werner

Há alguns anos, ouvi a expressão CLONAR O TEMPO pronunciada pela amiga Adriana Murara em um debate – eu era mediadora e ela debatedora. Ela contava que um médico a havia alertado de que, hoje em dia, todos precisamos clonar o tempo - ou seja, fazer mil coisas ao mesmo tempo. Para ela, a expressão soou como um acinte. E é mesmo uma afronta. Mas, se não formos muito disciplinados, acabamos por clonar o tempo várias e várias vezes ao dia.

“O único tempo que me permito clonar é o tempo que passo com minha família, curtindo. Ando de bicicleta passeando com meu filho. Vemos filmes enquanto trocamos carinhos”, disse minha amiga. Bom seria se pudéssemos clonar o tempo apenas nesses momentos. Matar as saudades dos amigos ao mesmo tempo em que saboreamos um bom jantar, praticar esportes confraternizando com os colegas, ouvir música enquanto caminhamos ou corremos no parque...

Mas a vida tem nos imposto outras clonagens. Estudantes estressados decoram seus quartos com fórmulas matemáticas e tabelas periódicas para memorizar tudo aquilo enquanto se vestem apressados para ir à escola. Secretárias atendem vários telefones ao mesmo tempo, equilibrando-se entre computadores e papeis. Empresas demitem funcionários fazendo os ‘colaboradores’ que sobraram trabalharem por cinco, seis...

Clonamos o tempo quando nos maquiamos no sinal fechado, quando escrevemos um e-mail ao mesmo tempo em que conversamos com quem está na nossa frente, clamando por nossa atenção, e respondemos ‘aham’ quando a pessoa termina uma frase qualquer em tom de pergunta... sem sequer ouvirmos o que ela disse de fato.

Somos malabaristas entre celulares, computadores, tablets, canetas, papeis e pessoas que estão a nossa volta... a verdade é que fazemos tudo, mas fazemos muita coisa mal feita, feita pela metade ou feita de forma errada. Em outras palavras, podemos clonar o tempo, mas não clonamos a nós mesmos. Não há atenção difusa que seja capaz de dedicar a mesma atenção a tantas tarefas, algo sempre sai prejudicado.

A sabedoria popular está recheada de alertas para que não caiamos nessa armadilha. Os antigos sempre dizem: “uma coisa de cada vez”. A Bíblia sentencia: “há tempo para tudo debaixo do sol”. E Fernando Pessoa, do alto de sua poesia lusitana, crava: “Para ser grande, sê inteiro”. Então, quem somos nós pra achar que podemos ser onipresentes?

Publicado em: 17/05/2012 Categoria: Crônicas e Artigos

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